Já há algum tempo que queria trazer este tema aqui ao blog, mas há tanto para dizer que nunca soube muito bem por onde começar. Sou uma rapariga de 22 anos, ciente de como o papel da mulher tem evoluído ao longo do tempo, mas também consciente de que ainda muita coisa tem de mudar. E, apesar de ainda haver muitas coisas que precisam de mudar, uma que me parece muito simples é a forma como ainda muitos homens nos encaram. Desde muito nova quando comecei a sair à noite que, inconscientemente, nunca gostei de sair de saia. Hoje em dia continuo a não o fazer, mas cheguei à raiz da questão. Não me sinto confortável e, ao mesmo tempo, sinto-me mais vulnerável. E, se já durante o dia corro o risco de ouvir algumas bocas (leiam o post que a Marta escreveu há umas semanas sobre isso AQUI), numa saída à noite as bocas podem, facilmente, passar a algo mais físico. Durante o dia as bocas que posso ouvir é algo com que consigo lidar, à noite prefiro evitar esse tipo de situações. Mas é triste. É triste que em pleno século XXI, uma rapariga (e tenho a certeza que como eu há muitas mais) não se sinta confortável para o fazer. Isto tem de mudar, talvez também eu tenha de mudar e ter coragem de vestir uma saia. O certo é que não deveria ser necessário eu ter de ter coragem para algo tão banal quanto isto, mas é a sociedade em que vivemos que me faz sentir assim. Mas nós mulheres já conseguimos mudar tanta coisa ao longo dos anos que tenho a certeza que também vamos conseguir mudar isto. Boys will be boys, but damn, girls will be girls too!

It has been a while since I wanted to bring this subject here, but there are so many things to say and I never knew where to begin. I'm a 22-year-old girl and I'm aware of how the role of the women has been changing along the times, but I'm also aware that there are so many things that still need to change.  And one of them that to me seems really simple to change, it's how boys look at us. Since a very young age when I first started going-out that unconsciously I never liked to go out dancing wearing a skirt. Nowadays I still don't do it, but I came to the conclusion why. I don't feel comfortable and at the same time, I feel more vulnerable. And if during the day I know I will probably hear some comments (you can read the post Marta did a few weeks about it HERE) if I'm wearing a skirt, when you're out dancing I feel it can get more physical than that. During the day the comments I hear is something I can easily deal with, but at night I rather avoid those kinds of situations. But it's sad. It's sad that in the 21st century a girl (and I'm pretty sure there are plenty more just like me) doesn't feel comfortable enough to do it. This has to change, maybe even I have to change and have the courage to put on a skirt. But the truth is that I shouldn't feel like I need the courage to do something so simple, but it's the society we live in that makes me feel this way. But we women already changed so much along the years that I'm sure we're also going to change this. Boys will be boys, but damn, girls will be girls too!

shirt ZARA | jeans WEEKDAY | shoes STRADIVARIUS | bag LOCAL STORE

photos by MARTA

6 comments

  1. Acho que consigo entender o que falas aqui, e que sofro um bocadinho do mesmo problema.. Se bem que para mim, não acho que se trate tanto do respeitar mulher, igualdade de mulher-homem. E provavelmente o que vou dizer agora vai chocar muita gente, mas acho que muitas das pessoas que se intitulam hoje de femininistas, são é extremistas, querendo por vezes colocar-se numa posição inclusivamente superior há dos homens e não consigo nada identificar-me com elas. Acho até que tais pessoas estragam o "trabalho" defendido pelas originais femininistas. Acho que não devemos procurar a igualdade entre homens e mulheres, porque a verdade é que as mulheres são diferentes dos homens, e querer iguala-nos é querer anular o nosso lado feminino. Não devíamos antes lutar pela igualdade nas diferenças??? E isto não devia ser assim quer para mulheres, quer para cegos, quer para surdos, parapléjicos, e por aí em diante? Porque mesmo entre as mulheres, nós somos diferentes umas das outras. A diferença é algo intrínseco de cada pessoa, de cada ser humano. É algo bem mais do que o género(feminino/masculino). E se calhar parte do ineficácia do feminismo hoje em dia, venha daí. Que não se trata de mudar o feminino/masculino da palavra Homem, não se trata de defender se Deus é homem ou mulher (para os crentes) mas sim de mudar a mentalidade de todos no que diz respeito ao respeito, aceitação e IGUALDADE nas diferenças que cada um de nós, o ser humano, tem.

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    1. Compreendo o que dizes e, sem dúvida, que muitas feministas baseiam o seu discurso no ódio aos homens o que é completamente errado. Somos todos humanos e devemo-nos respeitar mutuamente. No entanto, também acho que existem diversas coisas em que a igualdade de género ainda é necessária. Por exemplo, a diferença nos salários. Porque devemos receber menos que um homem se fazemos exactamente o mesmo trabalho? E também este assunto de que falei, não acredito que existam muitos rapazes que se preocupem com o que vão vestir numa saída à noite com medo que uma rapariga abuse um pouco mais. Claro que este último assunto é tudo uma questão de educação e, se desde pequenos os rapazes forem ensinados a não a olhar para as mulheres como objectos, acredito que isto deixe de acontecer.

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  2. Como te compreendo, eu cá se tiver de usar uma saia ou um vestido numa saída à noite uso, mas não vou negar que me sinto mais vulnerável

    xoxo ♡
        Watermelon Clouds

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    1. Mas fico feliz por mesmo assim o fazeres. Acho que vais ser a minha inspiração para vestir uma saia da próxima vez ;)

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  3. Welp, eu vou arriscando, mas o que é certo é que, de cada vez que o faço, arrependo-me. Enfim. Gotta keep going. A verdade é que te percebo bem, e, caramba, vamos lá assumir que sim, de facto ainda há imenso desrespeito por tudo o que é feminino e é tido como "fraco" ou "frágil". É ridículo. Lutar pela igualdade e pelo respeito implica ver onde estes não existem. Obrigada por tocares no assunto!

    Jiji

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    1. Obrigada eu pelo teu comentário :)
      Adorei esta tua frase: "lutar pela igualdade e pelo respeito implica ver onde estes não existem".

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